domingo, 31 de janeiro de 2010

CRÍTICA KOMBUCHA - 13 MOSTRA DE CINEMA DE TIRADENTES

PLANO SEQUENCIA

Série Cena Mineira – Mostra Panorama: Mulher-bomba, Moto.continuo, Narcolepsia, Bifurcation, Marisqueiras de Cabuçu, Kombucha, Polis e Bala na Cabeça

por Gabriel Martins

Encontramos hoje em destaque no cinema mineiro de curtas-metragens (e talvez de longas também) basicamente dois pontos, ou propostas, distantes. Um, segue um rumo mais próximo à pesquisa de linguagem, explorando vertentes como a vídeo-arte, vídeo-instalação e documentário experimental – se é que estas atribuições ainda fazem algum sentido. Na sessão Série Cena Mineira este “grupo” estava representado por Mulher-bomba, Moto.contínuo, Bifurcation, Marisqueiras do Cabuçu e Kombucha. O outro ponto seriam os filmes mais narrativos, propostas ficcionais engendradas por seus roteiros. Na sessão estavam representados por Narcolepsia e Bala na Cabeça. Polis, por mais que esteja mais próximo do primeiro grupo, é uma espécie de caso à parte na sessão (algo a ser discutido posteriormente no texto). Aos filmes:

(...)

No cinema isso provavelmente se reflete na relação de composição de imagem, ela como individual e além da construção de sentido contínuo de cinema clássico. Vale dizer, entretanto, que existe, mesmo sendo uma provocação, certo esgotamento deste tipo de proposta no cenário atual. Talvez após um grande número de estratégias próximas a estas nos últimos anos o cinema peça hoje algo além, algo novo, talvez um próximo processo difícil de dizer, no momento, qual é – resta descobri-lo.

Embarca um pouco nesta vertente o filme de Sávio Leite, ainda que resguarde mais valores do documentário e da imagem enquanto experiência passageira de seu autor. Infelizmente o filme perde na sua curta duração e na estratégia de obscurecer parte do quadro, efeito que parece meio deslocado enquanto tentativa de afirmação de algo. Parece-me pouco o tempo de processamento de imagens, o que deixa um vazio na soma da experiência desse filme que, diferente de outros do próprio diretor, não transmite emoções nem no processo de construção e nem na própria imagem, no registro daquelas situações. Um surto, que soa como um grande condensamento de idéias e registros que talvez fossem mais interessantes com um tratamento – e isso não quer dizer ritmo - mais calmo.

(...)

De um lado, liberdade técnica e plástica, observação do mundo e, por vezes, alguns esgotamentos de proposta. De outro, projetos enterrados dentro de paradigmas que pouco flertam com um prazer de filmar o real, mas que tem grande comunicação com o público. Onde estaria o meio termo?

(...)

Este é o nosso panorama, um espécime do que Minas parece ter a oferecer no agora. Nosso cinema, caminhando, certamente ainda está longe do que pode ser. Temos cineastas interessantes, muitas coisas acontecendo e um cenário crescente que promete persistir nos diversos circuitos. Resta nos olhar mais, nos pensar mais e ver uma possibilidade de ultrapassar paradigmas que talvez estejamos criando em alguns nichos, e isso vale para os dois grupos. Este panorama talvez não demonstre nem um terço do que aconteceu de melhor no cinema mineiros nos últimos tempos, mas certamente diagnostica muita coisa a se pensar. Pensemos pois, rumo a um contexto menos individual e mais colaborativo.

*Vistos na 13ª Mostra de Cinema de Tiradentes

Filmes Citados:
Mulher-Bomba (idem, 2009/ Igor Amin)
Moto.continuo (idem, 2009/ Marcelo Braga e Eduardo Zunza)
Narcolepsia (idem, 2009/ Wilfried Amaral Weissmann)
Bifurcation (idem, 2009/ Alexandre Milagres)
Marisqueiras de Cabuçu (idem, 2010/ Gabriel Sanna)
Kombucha (idem, 2009/ Sávio Leite)
Polis (idem, 2009/ Marcos Pimentel)
Bala na Cabeça (idem, 2009/ Cristiano Abud)

O texto inteiro pode ser lido em: http://www.filmespolvo.com.br/site/artigos/plano_sequencia/910

sábado, 16 de janeiro de 2010

MOSTRA DE CINEMA CULTURA, ARTE E PODER - 4 VERAO ARTE CONTEMPORANEA - BELO HORIZONTE


















Em toda parte no Brasil a produção cinematográfica pulsa. O realizador Sávio Leite em sintonia com o Grupo Oficcina Multimédia idealizou, para a 4ª edição do Verão Arte Contemporânea, uma mostra com filmes que colocam em evidência os eixos Cultura, Arte e Poder. Um pequeno recorte das produções feitas no Brasil ou por brasileiros no exterior e filmes internacionais que dialogam com preocupações mundiais e em como a arte está inserida hoje nestes ferventes anos de incerteza.

Do underground baiano do Super 8, passando pela Close-up da Boca do Lixo, a podreira sanguinária do cinema catarinense, os personagens marginais curitibanos, a solidão desértica chilena e a arte urbana explodindo em Nova York, um mosaico feito de curtas experimentais, animações, documentários e ficções

toda a programacao pode ser acessada em:
http://www.fcs.mg.gov.br/agenda/1490,mostra-cultura-arte-e-poder.aspx
http://www.veraoarte.com.br/vac2010/cinema.html

SINOPSE DOS FILME

Fronteira - Rafael Conde – 85’ – Ficção -2008 - Brasil
Interior de Minas Gerais, início do século XX. Maria (Débora Goméz) vive em um velho sobrado, onde possui a fama de ser santa. Porém a chegada de sua tia Emiliana (Berta Zemel), que veio empenhada em preparar o grande milagre dela, e um viajante (Alexandre Cioletti), por quem se apaixona, mudam sua vida.


Brasileiro como eu – Susana Rossberg – 86’ - Documentário – 2008 – Bélgica.
O encontro com uma crescente comunidade brasileira, sem documentação, nos permite dar o testemunho de sua energia, vivacidade e diversidade. Este filme tenta trabalhar em prol de uma maior aceitação de estrangeiros em suas terras de exílio.

Acácio - Marília Rocha – 88’ – Documentário – 2009 – Brasil.
Acácio e a mulher são um invulgar casal de transmontanos. Dentro do total anonimato, representam uma certa história portuguesa. As memórias pessoais e os magníficos arquivos de imagem de Acácio permitem-nos reviver uma vida entre o Portugal rural dos anos 50, a miragem do sonho colonial em Angola (nas minas do Dundo, onde Acácio era fotógrafo), o traumático regresso a Portugal, onde não se adapta, e um novo refazer de vida em Minas Gerais (Brasil).

Serra da Desordem - Andrea Tonacci – 135’ – Documentário – 2008 – Brasil.
Carapirú é um índio nômade, que escapa de um ataque surpresa de fazendeiros. Durante 10 anos ele perambula sozinho pelas serras do Brasil central, até ser capturado em novembro de 1988, a 2000 km de distância de sua fuga inicial. Levado a Brasília pelo sertanista Sydney Ferreira Possuelo, em uma semana ele se torna manchete por todo país e centro de uma polêmica entre antropólogos e linguistas em relação à sua origem e identidade. Na tentativa de identificar sua origem ele reencontra um filho, com quem retorna ao Maranhão. Porém o que Carapirú encontra ao retornar já não está mais de acordo com sua vida nômade.

Dossiê Rê Bordosa - Cesar Cabral – 16’ – Animação – 2008 – Brasil
Fama? Ego Inflado? Espírito de Porco? Quais os reais motivos que levaram Angeli a matar Rê Bordosa, sua mais famosa criação? Este documentário em animação (...) OK

Minami em Close-Up – A Boca em Revista - Thiago Mendonça – Documentário - 18’- Brasil.
A trajetória da revista Cinema em Close-up, que nos anos 70 tornou-se um sucesso de vendas publicando fotos de atrizes em poses sensuais e de seu editor Minami Keizi, é o ponto de partida para contarmos a história dos filmes da Boca do Lixo e seus personagens.

Terra – Sávio Leite - Animação - 5´- 2008
Coisas ordinárias acontecem com pessoas extraordinárias

Fé Nunca Mais - Christian Caselli – Experimental – 3’- 2005 – Brasil
Clip Aleatório. Regras: 1- todo material filmado deve fazer parte do clip. 2- não editar as imagnes. Experiência #1: Câmeras subjetivas.

Isto não é um título - Christian Caselli – Experimental – 5’ 20”- 2005 – Brasil
Isto não é uma sinopse.

Baiestorf: Filmes de sangueira e mulher pelada - Christian Caselli – Documentário – 20’- 2004 – Brasil
Documentário sobre o maldito cineasta VHSsista Petter Baiestorf que, aos 30 anos, realizou mais de 100 filmes viscerais na pequena cidade de Palmitos.


Graffiti Research Lab: The complete Fisrt Season – Graffiti Research Lab, Estados Unidos – 52’- 2008.
A trajetória do grupo Graffiti Research Lab, composto por um arquiteto e um engenheiro que largaram seus empregos para desenvolver ferramentas de arte baseadas em tecnologias de luz e projeção.

Ãgtux- Tânia Anaya – 24’- Documentário - 2005 - Brasil
Este filme foi preparado desde o início para fazer uso de animações, de imagens documentais e do som de forma muito específica e experimental. Ãgtux, afinal, não é um documentário, é no máximo algo que se aproxima do termo criado por Agnes Varda: “documentário subjetivo”. Ele se alinha na tradição do diário, que parte de um ponto de vista particular e se estrutura como um ensaio. Os Maxakali foram o ponto de partida, mais especificamente seu universo estético. Donos de um notável refinamento plástico e sonoro revelados em desenhos, pinturas, roupas, cantos, poemas…Este povo tem centenas de anos de história. Povoou um território vastíssimo, o qual percorria à maneira nômade, desde o interior de Minas Gerais e Bahia, até o Atlântico. Hoje, os índios Maxakali são por volta de 1.200 pessoas que vivem em Minas Gerais, em um território exíguo, entre as cidades de Santa Helena e Bertópolis. Vivem sob uma sombra de miséria amplamente divulgada pelos jornais e tevês. O filme busca o que falta nas notícias: a riqueza de seus grafismos, de sua língua, de sua vida cotidiana. Ãgtux significa “contar histórias”.

A sombra de Don Roberto - Juan Diego Spoerer e Håkan Engström – 27’- Documentário - 2007 Chile/Suécia.

Um menino viaja, um dia qualquer, com sua família para Chacabuco, uma antiga vila encrustada no deserto do interior de Antofagasta - Chile. Ali, ele percorre as velhas construções... Passam os anos e, como o vento, vão apagando os dias e os momentos de outrora. O menino agora é um homem crescido. Um ancião solitário. E esse velho homem resolve ir viver em Chacabuco.

A Menina que Fumava Sabão – Carlos Magno Rodrigues – 15’- Ficção - 2009 – Brasil – Argentina
Não tenho poder de mudar ninguém e, caso tivesse, faria força para manter o livre arbítrio das pessoas que amo.

A Vermelha Luz do bandido – Pedro Bezerra Jorge – 16’- Documentário - 2009 – Brasil.
Documentário-radialístico-científico-experimental de cinema que presta tributo ao filme "O Bandido da Luz Vermelha" e busca dentro do mesmo uma identidade própria. Além de refletir sobre a indústria cinematográfica brasileira".



O Jardim Elétrico da Escuridão - Mariana Campos – 10’- 2009
Vídeo documental feita com imagens caseiras sobre o sentimento de rejeição e perda do amor dos outros.

Beijo na boca maldita – Yanko Del Pino – 16’- Documentário - 2007.
Muito popular em Curitiba dos anos 70, GILDA marcou época. Tipo folclórico de rua, dizia-se travesti. Quem não quisesse levar um beijo seu apressava-se em lhe dar um trocado. Todos fugiam dos seus gracejos na Boca Maldita.

Bitola Cabeça Super 8 – Gabriella Barreto e Vitória Araújo – 19’- Documentário – 2005.
O surgimento da bitola super 8 trouxe um novo vigor ao cinema baiano permitindo que jovens talentos da época, ainda marginais ao circuito profissional de cinema na Bahia, pudesse viabilizar seus projetos.

Presente dos Antigos - Rânison Xacriabá e José dos Reis Xacriabá – 52’- 2008
O filme Presente dos Antigos nasceu das oficinas de Vídeo Documentário _ Oficine _ ministradas no Curso de Formação Intercultural para Educadores Indígenas da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Numa das oficinas na Terra Indígena Xacriabá, situada a 650km de Belo Horizonte junto ao Município de São João das Missões, escutamos a história de que os índios estavam reinventando sua pintura corporal, que chama atenção por sua plasticidade e beleza estética, depois de vários anos de repressão cultural, através de pinturas encontradas nas cavernas da região.

O Vento no Grande Prêmio TAM do Cinema Brasileiro











Fonte: Jornal Hoje em Dia - Cultura - 20 de abril de 2005 - Pag. 2

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

O Vento no CINE PE em 2005













O Vento acabou ganhando como melhor filme de animaçao no festival.
Fonte: Jornal do Comércio - Caderno C - Recife - 13 de abril de 2005

domingo, 10 de janeiro de 2010

OFICINAS DE AUDIOVISUAL BH CIDADANIA


















O BH Cidadania é um Programa de inclusão social da Prefeitura de Belo Horizonte, com atuações nas áreas socialmente vulneráveis. Como alternativa á violência e desagregação social, a Secretaria de Cultura (na época, hoje Fundação Municipal de Cultura) promove cursos de iniciação artística para ampliar o acesso a bens e manifestações culturais. Nas oficinas de audiovisual, os jovens de 15 a 21 anos produzem vídeos que permitem ressignificar seus ambientes e construir novas perspectivas. Coordenei as Oficinas de Audiovisual por dois anos.

Em 2004 dentro do 15º Festival Internacional de curtas de São Paulo, 5 videos do Programa BH Cidadania foram convidados para exibição dentro do projeto: Formação do Olhar. Foram eles: PRÉ-AMBIENTE (que saiu também na coletânea da Kinoforum, como um dos trabalhos mais significativos do ano), produção coletiva dos jovens da Vila Senhor dos Passos, CONTAMINAÇÃO SONORA, videoclipe da banda de rap NUC do Alto Vera Cruz, VÍDEO CROQUIS da Vila Santa Rosa da Pampulha, Brinquedos óticos de jovens da Vila Santa Rita e SOLDADOS da regional norte de Belo Horizonte.

Em 2005 de novo dentro do 16º Festival Internacional de Curtas de São Paulo foi selecionado outros dois vídeos do BH Cidadania: AMSATNAF e DETALHAR.

Fonte: Jornal O Tempo - Opnião - 26 de agosto de 2003

sábado, 9 de janeiro de 2010

DOSSIÊ EZEQUIAS MARQUES - ISTO É TEATRO













Primeiro trabalho grande
O documentário foi lançado em janeiro de 2006 na 9 mostra de cinema de Tiradentes em 2006.