terça-feira, 20 de julho de 2010
"Transfer" leva arte urbana ao novo Pavilhão das Culturas Brasileiras (SP)
18/07/2010 - 10h30
"Transfer" leva arte urbana ao novo Pavilhão das Culturas Brasileiras (SP)
EDSON LOVATTO - Colaboração para o UOL
O Pavilhão das Culturas Brasileiras foi inaugurado em abril deste ano com a promessa de atrair o grande público do Parque Ibirapuera (SP) apostando na mistura de arte popular, indígena e contemporânea. Para manter-se fiel às origens, o novo museu abre suas portas neste domingo (18) para um megaevento de arte de rua. Até 12 de setembro, a mostra "Transfer" apresenta mais de 500 obras assinadas por cerca de 150 artistas nacionais e internacionais, das mais variadas técnicas --pintura, desenho, arquitetura, fotografia, música, vídeo, registros de intervenções e performances.
"São trabalhos que têm raiz no grafite, mas também em várias outras subculturas, como o skate, a música independente e os quadrinhos", diz o organizador Lucas Ribeiro "Pexão", em entrevista para o UOL. "Todos carregam em comum uma força de comunicação muito direta com o público e, por mais que tenham uma carga conceitual, podem ser apreciados de várias formas", fala.
Para reunir todo este material, "Pexão" conta que se valeu de anos de contato com a cultura independente. "Sempre tive uma relação muito próxima com arte e conheço a esmagadora maioria dos artistas participantes. Para este atual formato [uma primeira versão da mostra aconteceu em Porto Alegre, em 2008], contei com a ajuda de três curadores [Fabio Zimbres, Alexandre Cruz Sesper e Christian Strike]", conta.
Eixos
"Transfer" está organizada em quatro eixos. Como o próprio nome denuncia, "Intervencionistas" aposta nas expressões efêmeras, trazendo registros --em fotografia e vídeo-- produzidos por documentaristas especializados e/ou artistas. Também apresenta uma instalação fotográfica criada pelos paulistanos Louise Chin e Ignacio Aronovich, conhecidos como Lost Art, com imagens captadas na capital paulista e em viagens pelo mundo. Há ainda outra instalação com imagens da cultura do skate aplicadas em plataformas como livros, intervenções e exposições e um ambiente multifuncional para performances de skatistas. Deste eixo participam nomes como osgemeos, Nunca, Titi Freak, Vitché e Speto.
"Mauditos" representa uma geração de artistas graficamente subversivos, que se expressou principalmente durante os anos 80 e 90 por meio de fanzines, capas de discos, cartazes de shows e pranchas de skate. Fazem parte da ala trabalhos atuais de MZK, Alberto Monteiro e Lauro Roberto, bem como instalações produzidas por artistas como Fernando Schiavon e Fabio Zimbres. "Mauditos" também oferece uma retrospectiva de Billy Argel, com coleções de pranchas de skate e ilustrações originais deste que definiu a estética adotada pela cultura do skate no país na década de 80. Por fim, os visitantes poderão assistir ao documentário "Eu Sou Como o Polvo", de Sávio Leite, com desenhos, texto e narração do quadrinista Lourenço Mutarelli, e a uma seleção de animações experimentais.
A terceira seção é "Autoindicados", com trabalhos de artistas representados em grandes galerias e que participam de Bienais. Nela, o público pode deparar com pinturas, desenhos, esculturas e instalações, seleção de fanzines e livros de artistas como Onesto e Sesper, e obras "site specific" [feitas especialmente para a mostra] de artistas como Alex Hornest, Flip, Vitché, Onio, Sesper e João Lelo.
A produção norte-americana é representada por uma seleção de trabalhos integrantes da exposição itinerante "Beautiful Losers" -- uma coleção de 28 gravuras, obras audiovisuais da fotógrafa e cineasta Cheryl Dunn e seleção de fanzines--, além de instalações in loco dos artistas Thomas Campbell, Barry McGee e Steve Powers.
Com uma programação tão diversificada, era de se esperar que a organização não assumisse uma postura despretenciosa. "A exposição reflete um universo muito mais complexo que o da arte urbana. É um momento histórico de convergência com as manifestações pré-estabelecidas e a aceitação do público é prova disso", comenta "Pexão".
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"TRANSFER - ARTE URBANA & CONTEMPORÂNEA. TRANSFERÊNCIAS & TRANSFORMAÇÕES"
Quando: de 18 de julho a 12 de setembro de 2010
Onde: Pavilhão das Culturas Brasileiras (antigo Prodam) - Parque Ibirapuera (r. Pedro Alvares Cabral, s/nº, São Paulo-SP). De terça a domingo, das 9h às 18h, com entrada até as 17h
Quanto: Grátis
Informações: 0/xx/11/5083-0199 e site da mostra "Transfer"
Marcadores:
Eu sou como o polvo,
Lourenço Mutarelli,
Sávio Leite,
Transfer
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