quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

2º Encontro Sesc de Cinema de Animação de Paraty















Aconteceu entre os dias 24 a 30 de setembro de 2018 na cidade histórica de Paraty / Rio de Janeiro o 2º Encontro Sesc de Cinema de Animação. Iniciativa acertada pelo desenhista e produtor Gabriel Albuquerque, que apesar de ser capixaba tem graduação em cinema de animação pela UFMG. O evento focado em bate papos, exibições de filmes e oficinas voltados para essa arte. Atraiu animadores do Brasil inteiro e um publico curioso com essa arte tão cativante.

Uma decisão acertada por parte da organização foi convidar programadores de cinema das unidades do Sesc do Brasil inteiro nesta imersão junto aos animadores. Em 2017 foram os programadores dos estados de SP. MG, ES, PA, MT, AL, RN e em 2018 os programadores foram do AC, RO, DF, MA e TO. São responsáveis por mediar as mesas e debates durante o encontro, numa relação bem fecunda para todos.

Uma das mesas Animação e educação – tecnicidade pedagógica e pesquisa, da graduação ao trabalho social teve a participação de Thalyta Monteiro, pesquisadora e doutoranda em animação de UFES que traz a animação de uma perspectiva educativa para a formação humana, Utiliza a temática o (s) nó (s) da animação no trabalho docente para explicar as relações da animação produzida dentro da sala de aula. N[ó]s de trabalho coletivo e de implicações pela pouca estrutura para a produção em espaços escolares, no entanto com resultados significativos para a formação humana. . Ela trouxe a memoria dos filmes que assistia desde criança e sempre com uma curiosidade de como aqueles filmes eram construídos. A partir dessas experiências traz a animação para a educação como professora e depois como aluna de doutorado, ela vem pensando a animação como mediador educacional.  Para isso fez um levantamento de temas que vão desde o filme: A Batalha dos vegetais (Nick Park e Steve Box, 2005) a Fuga das Galinhas (Nick Park e Peter Lord, 2000) analisando a técnica, a criação e a mediação, mas para ela havia uma lacuna: o maior quantitativo de pesquisas na educação com a temática animação surgiu no período de exibição desses filmes.. A animação em sala de aula se constrói na resiliência em constante transformação. Mediadora de conhecimentos e valores. Ela defende a tese de que o animador/professor como mediador desses conhecimentos é importante por trazer a discussão e expor os processos técnicos  e criativos sobrepostos por outros aprendizados que perpassam os conteúdos escolares e também pela formação dos professores para que esses compreendam a técnica e a vinculem com os contextos educativos. O anseio de professores que fazem as formações do uso da animação na educação é quanto o ato de desenhar. É preciso que se desconstrua o ato de desenhar, animação não é só desenho; Outro anseio dos professores é quanto ao uso das tecnologias. É preciso que as escolas adotem cada vez mais o uso das tecnologias. No entanto, os professores que trabalham com animação em sala de aula superam a falta de estrutura em escolas espalhadas pelo Brasil inteiro. Aponta que a ausência de cursos de animação para a educação pode ser resolvida com a criação de curso de extensão na modalidade EAD -ensino a distância-,  (a UFES ofertou para educadores interessados )  visto o interesse de muitos docentes pela temática. Como frisou Thalyta: a respeito de suas experiências com os discentes: “Nunca de respostas prontas. Force o dialogo” ao se referir a produção de animação em ambiente educacional. .

Daniel Werneck professor da UFMG falou sobre o curso de animação feito em Minas, pioneiro no Brasil na implementação de uma graduação em cinema de animação e do acordo feito pela Escola de Belas com o National Film Board do Canadá que possibilitaram a criação do curso e a formação de pessoas e por colocar Minas Gerais num patamar de reconhecimento de formação de professores e realizadores desde a década de 1990.

Rafael Buda trouxe a OCA (0ficinas de animação) de Recife e discorreu sobre a vida de Lula Gonzaga, uma vida dedicada ao cinema de animação. 50 anos de ativismo, pesquisa e produção em cinema de animação. Em 1972 produziu o primeiro filme  de Pernambuco (Vendo /Ouvindo). Em 1979 fez A saga da Asa Branca em acetato. Em 1980 fez “Cotidiano” uma mistura de live action com animação e 1986 coordenou o coletivo filme “Planeta Terra”. Em 1962 vai para Zabreg e na volta em 1987 funda o Cine bajado em Olinda onde realiza o Primeiro Encontro de animação, embrião para todos os encontros, festivais e mostras que surgiram no Brasil desde então. Mas Lula se destacou sobremaneira como professor nas mais de 400 oficinas que realizou pelo Brasil. Uma delas já virou uma lenda; a feitura do filme Igaurassu com 40 jovens  dentro da Igreja de são Cosme e Damião. Lula ensina a fazer animação com custo barato.

Wilson Lanzaretti iniciou na animação em 1975 e criador do núcleo mais antigo do Brasil a trabalhar com cinema de animação. Ele e Mauricio Squarisi já realizaram mais de 2500 oficinas de cinema, inclusive em Moçambique. Wilson também estava com seu primeiro longa ”Historia de uma história”, um filme musical com o ápice de um musica cantada por Elza Soares e que traz questões filosóficas e formais. Porque as linhas são traçadas? O que fazer com tantos desenhos feitos compulsivamente? Quem nasceu primeiro: o ovo ou a galinha? Assim com recordações ao livro A origem das espécies de Darwin e Dom Quixote de Miguel de Cervantes. O filme constrói metáforas bonitas como comparar os olhos de uma personagem a uma jabuticaba. A recriação de um palácio dos ventos aliado à inquietação particular de cada um. Santos Dummont aparece dando conselhos: “desenho é uma ideia com contorno”. Uma frase bastante curiosa, dita ao realizador por outro realizador, Bruno Bozzetto, numa palestra na FAAP em  São Paulo. Wilson achou pertinente agregá-la no filme em oposição a “rabisco é um desenho sem verdade”. Objetos não usuais aparecem com uma Kapja, uma maquina fotográfica muito antiga. A Kapsa conhecia como "Pinta Vermelha" é uma câmera brasileira fabricada na década de 50 pela empresa D. F. Vasconcelos. A empresa iniciou suas atividades em 1941 na cidade de São Paulo, com a fabricação de telêmetros de depressão para Artilharia de Costa, encomendados pelo Exército Brasileiro. Foi uma das primeiras câmaras fotográficas.

Wesley Rodrigues, que nasceu em Goiânia, mas vive no interior da Argentina trouxe a Paraty seus curtas responsáveis por muitos prêmios e reconhecimentos em inúmeros festivais de cinema. O trabalho de Wesley se destaca em todos os suportes que produz: ilustração, quadrinhos e animação. Seus curtos têm traços originais que se explodem em cores e enredos mirabolantes em filmes como: O violeiro fantasma (2017), Viagem na Chuva (2014), Faroeste: um autêntico Western (2013). Wesley ilustrou o cartaz do festival Internacional de cinema de animação de Pernambuco, Animage cujo curador Júlio Cavani estava em Paraty apresentando a linha curatorial do festival ao enfatizar o conteúdo poético, questões contemporâneas, visibilidade e representatividade exibindo curtas e longas metragens com destaque para mostra erótica que acontece dentro da programação do festival Pernambuco que já está em sua nona edição.

Uma mesa de festivais de animação contou a presença de Julio Cavani e também com a presença de Rafael Buda representando o Animacine que acontece no agreste pernambucano. A intenção ambiciosa do festival já deu um importante passo com a construção do Museu de Animação Lula Gonzaga cujo objetivo é transformar o agreste num centro de arte da América Latina. Entre os três locais que são realizados o festival  vive o lendário artista plástico Jota Borges ( Bezerros), Lula Gonzaga (Gravatá) e Mestre Vitalino  (que viveu em Caruaru).Um festival feito fora da região metropolitana envolve logísticas diferenciadas e cujo diferencial caba sendo as oficinas de animação voltadas para um publico infantil, inclusive oficinas feitas com crianças autista. O festival acontece bienalmente e já teve três edições.

Alexandre Costa de Brasília falou sobre o Interanima – Festival Internacional de animação e interatividade. Começou sua fala destacando o aumento de 22% em relação aos festivais de animação de 2017 em relação a 2016 a partir de uma pesquisa feita com festivais audiovisuais em 2017 por Paulo Victor Luz Correa. Alexandre trouxe para Paraty a experiência em Realidade Virtual (VR). Filmes feitos direto nessa plataforma que extrapolam o campo visual e permite uma interação verdadeiramente imersiva para quem assiste. Mostrou como funciona o google spotlight stories que contem um grande numero de filmes que podem ser assistidos gratuitamente a partir de um aplicativo para celular acoplado a óculos especiais (headsets). Nesse tipo de ambiente a realidade é aumentada como se camadas e camadas fossem coladas sob a realidade. Outro exemplo foi UMAMI de Thomas Pons e Landia Egal/ Du Studios, uma experiência em VR em tempo real em que a instalação emerge o usuário na historia, de um homem redescobrindo suas memorias através de uma série de pratos, bebidas e sabores propostos e esteve na seleção oficial do 75º  Festival de Cinema de Veneza.
Outra experiência fantástica e a animação é Dear Angelica (Oculus Story Studios), Uma jornada através de formas magicas e oníricas. A trama envolve uma garota (dublada por Mae Whitman, a Suzy de “Johnny Bravo”) que lembra da falecida mãe (Geena Davis, de “Thelma & Louise”), uma estrela do cinema, ao assistir seus filmes antigos. O espectador então mergulha nas memórias da jovem. Totalmente pintado a mão dentro da VR através de uma ferramenta chamada Quill  é possível interagir interrompendo a narrativa e mudando os ângulos da câmera a partir dos movimentos do usuário. Exibido no festival de Sundance em 2017 o filme recebeu elogios da critica com um dos melhores filmes exibidos no festival e uma experiência que daqui a 20 anos será lembrada. A realidade virtual foi a grande sensação do encontro e teve uma sala de destaque apresentando 4 experiências em uma sala separada: Digital Museum of Digital Art  de Alfredo Salazar-Caro e William Robertson (EUA, 2015), Murmur de Sebastie Labrunie (França, 2018), Murdock de Morgan Cronnel, Pontus Bjorkberg, Gustav Ekelund e Ivar Bjorling (Suécia, 2016) e Antiga Constelações (sobre a Vila Itororó) de Gabriel Menotti que recupera as memorias dos moradores expulsos do lugar para dar lugar a um centro cultural em São Paulo.

Gabriel Menotti Professor da UFES estava presente também no encontro e apresentou varias novidades tecnológicas do cinema aliado a videogames e hibridização de procedimentos como o clipe Saturnz Barz (Spirit House) 360 da banda Gorillaz de 2017 e Allumet (Chung, 2016) uma animação feita em VR mais longa já feita até então  (20 minutos)- O filme, que é sobre a menina e suas aventuras em uma cidade flutuante cativante, é uma experiência de visualização emocionante. Baseado em The Little Match Girl, a história de Allumette segue uma mãe e sua filha enquanto elas se dirigem a uma cidade prodigiosa e excêntrica, composta de ilhas flutuantes. Os dois protagonistas são retratados como mercadores viajantes, e esta estranha cidade está repleta de clientes em potencial. O enredo se concentra fortemente em temas de paternidade, o tênue, mas forte relacionamento entre uma filha e sua mãe, e a importância de transmitir lições e histórias vitais de geração em geração. Segundo a revista Wired, Allumet é a prima obra prima da VR. Gabriel ainda mostrou o trabalho do Sundance Institut com seu programa New Frontier Mobile VR Lineup cujo aniversario de 10 anos em 2016 organizou uma coletânea com 10 filmes mais expressivos em VR assim como ensina a fazer os ósculos (headsets) a partir de caixa de papelão e Sketchfab  uma plataforma para publicar, compartilhar, descobrir, comprar e vender conteúdo  VR fornecendo um visualizador baseado nas tecnologias WebGL e WebVR que permite aos usuários exibirem modelos 3D na Web, para serem visualizados em qualquer navegador móvel, navegador de desktop ou headset de Realidade Virtual. A empresa por trás da plataforma tem sede Paris e em Nova York. A Sketchfab participou de um programa de aceleração de startups TechStars em New York City em 2013 arrecadando US $ 2 milhões e US $ 7 milhões em junho de 2015.

A VR é uma nova forma de arte, e o mais interessante é que estamos apenas no começo de descobrir suas potencialidades e possibilidades aprendendo com erros e acertos.

Durex, suor e sangue
Outra mesa foi voltada para a animação infantil para discutir métodos, narrativas próprias, padrões e linguagem com o animador Fabio Yamaji e por Victor Hugo Borges, que exibiu também seu primeiro longa: Historietas Assombradas – O Filme (2017), durante o encontro falou de uma série que anda desenvolvendo para o Cartoon Network sobre os personagens de historietas saídas da mitologia brasileira que já está em 3 temporadas. A primeira temporada tem 14 episódios de 11 minutos, a segunda temporada são 26 episódios de 11 minutos e a terceira temporada com 52 e revelou que esta em produção de uma serie para crianças menores para a Discovery Kids e já esta negociado a segunda temporada.

Fabio Yamaji trabalha há mais de 20 anos com animação e tem como especialidade o stop motion e professor. Ambos trabalham no viés de uma produção autoral.

Um amor de jacaré?
Outro animador presente no encontro é o lendário Otto Guerra que estava ministrando uma oficina de flip book e mostrou seu novo longa: A Cidade dos Piratas, baseado inicialmente nas tirinhas da Laerte:  Piratas do Tietê. O que vemos na tela é o filme brasileiro mais corajoso das ultimas décadas feito no país. Um filme para varias leituras e pelas varias historias que ele perpassa com a sagacidade de quem tem mais de 40 anos dedicado ao movimento animado brasileiro. O filme começa com uma farsa, ou uma potencia do falso ao apresentar bandeirantes devastando a selva brasileira e dizimando os seus primeiros habitantes: os indígenas. Numa cena exemplar e bem construída imageticamente vemos a inversão de valores que nos acompanha ate hoje. No rio Tietê, em 1546, ao som de Raul Seixas, uma cena violenta dos bandeirantes e eternizada numa estatua como se os bandeirantes não fossem invasores e sim pessoas do bem, trazendo sua religião para aquele povo bárbaro.
È metalinguístico. O infinito e o minotauro, um personagem que perpassa a historia como um todo. Mas o filme é mais do que isso, também narra a transformação da cartunista Laerte no tempo. Interessante quando o filme mistura live action de entrevista com a apresentadora Marilia Gabriela e outras dentro do filme. O tom é de deboche e de espanto. Sentimos-nos constrangidos enquanto plateia de ouvir aquelas perguntas sendo feitas a um ser humano. O tema da homofobia é evidenciado com uma percepção assustadora. Pesadelos de uma ditadura gay perturbam a mente do prefeito. Milhares de jovens sendo empurrados para a marginalidade a partir de uma escolha que no fundo não é uma escolha.

Faz referencia a Fernando Pessoa num estiloso e elegante preto e branco. A polarização que atingiu o Brasil desde 2013, até todo o desenrolar desse processo esta dentro do filme. Algumas frases parecem como inserções nonsense ao estilo Monty Pyton: Breve aqui massacre!, Viva a Revolução Conservadora! Nos leva o filme a direcionar o nosso olhar.

Para completar e coroar o diretor teve sérios problemas de saúde e desacordos durante a realização do filme, e isto também esta dentro do filme. Os piratas servindo como símbolo de decadência do estúdio. Mas as referencias não param por ai. O filme é caleidoscópio de memorias que já estão no cinema de Otto Guerra há muito tempo como o minotauro azul e com uma orelha somente que em uma festa Hare Krischa seleciona jovens virgens especialmente para seu deleite. O sangue fazendo uma referencia a arte do artista pop Roy Lichtenstein, outro artista apaixonado pelos quadrinhos se mistura a genitálias em caixinhas, ideograma chinês, uma enfermeira sofredora. Um super herói que tem problemas para tirar sua mascara, o suicido como tema. O filme tem a urgência de ser um épico de uma geração ou dos tempos em que foi produzido. O filme trata do amor e da falta do amor e do sofrimento causado pela falta de amor e consequentemente o ódio. O clássico Blow up, depois daquele beijo (1966) de Michelangelo Antonioni é referenciado. Uma interlocução se faz entre os dois filmes. Nenhum deles propõe um final fechado.  O filme te propõe um labirinto: Entre para crer! Desça para crer! Mergulhe para crer! Pode crer!

O filme/diretor se propõe a questionamentos existenciais: O que é vida? Se Deus existe eu não sei! Mas existe gente demais! Como vamos fazer para alimentar essa população? Deus! O que? Voz de Deus um papel a altura do diretor. Estamos diante de um filme de vanguarda; O sentimento é de impunidade, como se no Brasil só as pessoas pobres são atingidas e ninguém se importa com isso, ou como o bordão muito vezes vociferado: Bandido bom é bandido morto! O filme é um patrimônio que escapa pelas bordas dos nossos acervos imagéticos. O filme é um acontecimento. Mas Otto admite que o maior inimigo do cinema brasileiro ainda é o roteiro.

Outra mesa acontecida foi as do longa de animação que além do Otto Guerra contou com a presença de Paolo Conti com seu longa Minhocas (2013), que teve uma jornada incrível até chegar ao longa metragem. Começou como um curta metragem no mesmo ano de estreia do curta Historietas assombradas para crianças mal criadas de Victor Hugo Borges (2006). A intenção sempre trabalhar com stop motion, com alta tecnologia e misturando artes plásticas. O filme teve sucesso de publico e foi distribuído internacionalmente.

Gabriel Bitar que estava no encontro ministrando junto a Nana Lahoz um workshop de animação com tinta a óleo, uma das técnicas envolvidas no seu longa de estreia: Tito e os pássaros cuja direção é dividida com André Catoto e Gustavo Steinberg. O filme teve apoio do Ibermedia e estreou no Festival de Annecy e desde então tem conquistado o publico por onde anda O filme conta sobre o medo que tomou parte do mundo, numa clara referencia aos tempos sóbrios que a humanidade anda enfrentando e como os pássaros sempre avisaram sobre catástrofes, através do tempo para salvar essa mesma humanidade em eventos marcantes da historia. A historia gira em torno de uma invenção que usa pombos, Um dos animais que esta presente junto ao homem desde tempos imemoriais. Os pombos são livres e rejeitados. No filme a mídia sensacionalista também esta em questão com uma propulsora de medo. A animação foi feita pela Copa estúdios e a trilha, muito marcante no filme, foi gravada nos estúdios Abbey Road onde os Beatles gravaram a maior parte de suas musicas. A montagem do filme foi feita pela experiente Vania Debs e faz uma combinação excelente de desenhos digitais e pintura no vidro. É tão harmônico que o público leigo não perceberá essa diferença, o que torna o filme lindo com uma mensagem positiva para as novas gerações. Como todo bom filme ele é indicado para o publico infantil, mas o publico adulto também se diverte e se torna pensativo com os rumos da humanidade.

A ultima mesa do evento foi sobre representatividade na animação e quadrinhos que reuniu a quadrinista de Paraty Luiza Lemos que trabalha com o projeto Transitorizada, onde publica semanalmente pela internet tiras que tocam em questões LGBH com foco maior no seguimento T e politica. Wesley Rodrigues estava presente na mesa também e falou da dificuldade de se fazer animação fora dos grandes estúdios e reforçou uma integração do Brasil com a América latina, Wesley trabalhou no longa: Até que a Sbornia nos separe (Otto Guerra, 2013). Cintia Maria de Salvador trouxe para Paraty seu curta: Orum Aiyê, a criação do mundo - onde traz o universo do candomblé para as telas do cinema. Melissa Garcia trabalha com voz em filmes de animação como O menino e o mundo (Alê Abreu, 2013) trouxe o questionamento de que uma voz num filme não só em termos de narração. Silêncios, ruídos e pausas são importantes para compor o todo sonoro de um filme. Melissa fez curso de atuação pra desenhos animados nos Estados Unidos. Eça enfatizou sua fala que a animação brasileira tem bastante mulheres trabalhando se contarmos as secretarias, as faxineiras, a produção e animadoras também.

Também foi exibido durante o evento o filme de longa metragem: Café: um dedo de prosa de Mauricio Squarisi e as oficinas Trilha sonora animada com a compositora Priscila Ermel que reside em Paraty

A programação do 2º Encontro Sesc de Cinema de Animação reuniu temas urgentes e a possibilidade de entretenimento numa programação para toda a família. Importante iniciativa que aposta em atividades formativas como forma de aproximar os diferentes extratos sociais por meio da produção artística contribuindo para a cultura brasileira





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