terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Crítica NEGO



Marko Ajdaric e Sávio Leite, realizadores do curtíssimo Nego, utilizam os quadrinhos como força motriz visual e dramática para fazer um tributo a um dos mais importantes intelectuais da raça negra que o Brasil já conheceu: Teodoro Fernandes Sampaio (1855/1937). Sobre ser um filme aparentemente tosco à primeira vista, o é, no entanto, como fator estético apenas, um elemento, aliás, da expressão audiovisual contemporânea. Filho de uma escrava e de um padre, nascido em Santo Amaro da Purificação (Bahia), entre outras contribuições importantes para a cultura brasileira, Teodoro Sampaio se distinguiu pelo seu imenso conhecimento das línguas indígenas e seus livros O tupi na geografia nacional (1901) e Dicionário histórico, geográfico e etnográfico do Brasil (1922) são contribuições definitivas para uma análise perfuratriz da História, Geografia e Etnografia do Brasil. O tributo de Ajdaric e Leite, através do discurso cinematográfico, é uma tentativa de fazer ver, usando recursos dos quadrinhos e do depoimento, a importância desse intelectual.

André Setaro - crítico e professor de comunicação na Universidade Federal da Bahia 

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