terça-feira, 2 de junho de 2009

Critica - Camera Mundo - 2 Festival de Filmes Independentes - Rotterdam - Holanda - Junho 2009



A animação no Brasil tem uma história recente. Embora o primeiro longa-metragem animado feito no país, Sinfonia Amazônica, tenha sido produzido em 1953, a produção de filmes animados ficou praticamente parada até o início dos anos 90, com exceção de alguns trabalhos publicitários.


Animamundi, o primeiro Festival Internacional de filmes e vídeos de animação foi realizado em 1993. O evento foi um divisor de águas para artistas independentes, que pela primeira vez tiveram a oportunidade de divulgar seus trabalhos além de assistir filmes de vários países. Assim, um forte movimento de animadores ganhou força e se consolidou no Brasil.


Vários nomes viriam a se destacar como referencia na animação brasileira, um deles é o do mineiro Sávio Leite. Ainda cursando Comunicação, Sávio já vislumbrava o "ilimitado mundo da animação”, e a partir daí ficou claro para ele qual seria sua forma de expressão artística.
O trabalho desenvolvido por Sávio é de caráter experimental. Trata-se de uma abstração da realidade, um lugar onde a lógica não é necessariamente importante. Tentar entender seus filmes é um erro, pois o propósito se sua arte é extremamente sensorial. “Eu prefiro esse caminho mais arriscado, porque eu acho que esse é o caminho do experimental. Eu acredito em um cinema que tira a pessoa do seu lugar comum. Esse deslocamento é muito interessante no cinema de animação porque ele permite muito mais do que o cinema comum, ele tem essa magia, essa alquimia... é muito especial”, afirma o diretor.



Sávio já dirigiu dez curtas e trabalhou com nomes de peso do cinema brasileiro como Lourenço Mutarelli e César Pereio. Participou de diversos festivais de cinema e foi premiado várias vezes no Brasil e no exterior. “Eu acho muito importante participar de festivais, porque é uma forma de interação muito rica entre cineastas e o público”. No entanto, no começo de sua carreira, os filmes de Sávio não eram bem recebidos nos festivais em Belo Horizonte, sua terra natal, e sua revolta com relação a isso acabou rendendo bons frutos: “Quando eu vi que meu primeiro filme não foi selecionado, e que o segundo filme também não foi, eu disse chega! Vou fazer um festival sem seleção, todo mundo entra!”. Assim nasceu o MUMIA (Mostra Udigrudi Mundial de Animação), a idéia foi um sucesso e o festival já está na sua sexta edição, mantendo firme o propósito de “brincar com o inconsciente coletivo, ou pelo menos recuperar uma centelha da memória cósmica de milhares de vidas conhecidas sobre o planeta”.



Outro ponto importante tanto do festival quanto do trabalho de Sávio é a preocupação em valorizar a diversidade artística e cultural brasileira. “Está acontecendo a favelização do cinema brasileiro, fora do Brasil todos querem conhecer a realidade da favela, que é muito forte aqui. Mas, filmes que ressaltam outro lado do nosso país são importantes. Aqui tem favela, mas também temos muitas outras coisas”, explica Sávio.



Em seu último trabalho, o curta Terra, Sávio contou com a brilhante narração de César Pereio e levou para casa o premio de Melhor Curta de Minas Gerais no Animará, no Festival Internacional de Animação 2008, o Prêmio Especial do Júri no Araribóia Cine 2008 e o Melhor Filme Humano no Festival Internacional de Curtas de São Paulo 2008.

Texto Gustavo Amaral


“Ik geloof in films die je uit de dagelijkse sleur halen”


In Brazilië heeft de animatie een korte geschiedenis. Hoewel de eerste Braziliaanse animatie, Sinfonia Amazônica werd geproduceerd in 1953, was de productie van animatiefilms onderbroken tot begin jaren 90, met uitzondering van een aantal reclamefilms. Animamundi, het eerste Internationale Festival voor film en videoanimatie werd opgericht in 1993. Dit evenement was zeer belangrijk voor onafhankelijke artiesten, die voor het eerst de kans kregen hun werk te tonen, en animaties uit andere landen te zien. Zo heeft zich een sterke groep van animatie artiesten gevormd in Brazilië.


Een aantal van hen werden bekende animators in de Brazilië, waarvan Sávio Leite uit Minas Gerais er één is. Al tijdens zijn studie communicatie keek Sávio op naar de “onbegrensde wereld van de animatie”, en sindsdien was het duidelijk voor hem wat hij met zijn leven wilde doen. Het werk ontwikkeld door Sávio heeft een experimenteel karakter. Het gaat om een abstracte werkelijkheid waarin de logica niet noodzakelijk belangrijk is. Zijn animaities proberen te begrijpen is tijdverspilling omdat zijn werk op het gevoelsleven gericht is.”Ik neem liever risicos, omdat ik geloof in films die je uit de dagelijkse sleur halen. En met animatie kan je je dat permitteren, het is een soort magie.... het is erg speciaal”, zegt de regisseur.


Sávio heeft al tien korte animaties op zijn naam staan en heeft gewerkt met grote namen uit de Braziliaanse filmindustrie zoals Lourenço Mutarelli en César Pereio. Hij heeft deelgenomen aan verschillende film festivals en viel een aantal keer in de prijzen, zowel in Brazilië als in het buitenland. “Ik vind het erg belangrijk om mee te doen aan festivals, omdat er veel interactie is tussen filmmakers en publiek”. Helaas waren zijn animaties niet altijd welkom op de festivals in Belo Horizonte, waar hij vandaan komt. “Toen mijn eerste film niet werd geselecteerd, en mijn tweede film ook niet, dacht ik: ik ga een animatiefestival organiseren zonder selectiecriteria, iedereen mag mee doen!”.


Zo ontstond Mostra MUMIA, een internationaal animatiefestival. Het werd een succes, en de wens van Leite om de Braziliaanse artistieke en culturele diversiteit te onderstrepen is werkelijkheid geworden. “De Braziliaanse filmindustrie ondergaat een proces van ‘favelisatie’ – buiten Brazilië wil iedereen films uit de favelas zien. Maar films die andere aspecten laten zien zijn erg belangrijk. Natuurlijk zijn er favelas hier, maar ook veel andere dingen.” zegt Sávio. Zijn nieuwste werk, Terra, won de prijs Beste Korte Film van Minas Gerais op de Animará, de Speciale Jury Prijs van Araribóia Cine én de Beste Filme Humano op het Internationale Festival voor de Korte Film in São Paulo in 2008. Sávio Leite is aanwezig voor Q&A.


Tekst: : Gustavo Amaral



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